quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Couceiro será sempre parte da solução

José Couceiro orienta o Vitória pela terceira vez na carreira
Os maus resultados do Vitória de Setúbal sucedem-se e, como é natural nestes casos, o treinador é posto em causa. O próprio José Couceiro já admitiu que o seu lugar “está sempre à disposição” e que quer fazer “parte da solução” para o clube ou então “não fazer parte”, mas nunca fazer parte do problema.

Contudo, se é natural que o treinador seja questionado, é menos comum a realidade deste caso. Couceiro apenas é posto em causa pela imprensa porque, para os adeptos, está de pedra e cal – até para a dita oposição à direção demissionária. A relação entre o técnico e o clube é antiga, tem ficado marcada pela maior parte das melhores épocas dos sadinos no século XXI e, sobretudo, não se esgota em resultados.


Ao contrário de alguns colegas de profissão, Couceiro não tem uma agenda própria e não vê esta terceira estadia à beira-Sado como apenas mais um capítulo na carreira. A sua agenda, é a agenda do clube. Preocupa-se com o treino, planeamento da época, preparação do jogo seguinte e gestão do plantel, mas também com as infraestruturas, as equipas jovens – algo que com o antecessor não se verificava, a julgar pelas palavras do antigo treinador dos juniores -, as condições de trabalho e a profissionalização e modernização da estrutura do futebol. E dado o seu conhecimento profundo de várias áreas transversais à modalidade, a experiência que transporta por passagens por várias realidades, a competência já demonstrada e reconhecida e o carinho pelo clube, diria até que a agenda do futebol profissional vitoriano terá de passar pela deste (muito mais do que um mero) treinador, que nesta fase da carreira tem a cara de pau necessária para atirar seja o que for à direção.

Se é verdade que Couceiro não é o último grito em matéria de treinadores, também é uma realidade que tem lugar mais do que assegurado na I Liga, onde coabita regularmente com colegas de profissão menos credenciados. Não se vislumbra, pois, um eventual sucessor – sobretudo desempregado - que possa trazer uma evolução à qualidade de jogo da equipa. E, neste caso, também não acredito nos efeitos positivos de uma potencial chicotada psicológica, uma vez que o técnico é conhecido pela boa relação que mantém com os jogadores e a forma veemente como defende os seus atletas, que por sua vez, gostam de voltar a trabalhar com ele. Vasco Fernandes, José Semedo e Yannick Djaló - todos na seleção nacional sub-21 e o último também no Sporting – são disso exemplo no plantel vitoriano.

Além disso, convém recordar que a equipa ainda está acima da linha de água e que dentro de um mês há uma janela de mercado que vai permitir um reajuste num plantel constantemente agastado por lesões e que, de uma época para a outra, viu habituais não titulares (ou até não convocados...) como Trigueira, Arnold, Pedro Pinto ou André Pedrosa passarem a opções regulares.









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