domingo, 26 de junho de 2016

O eternamente subvalorizado Pepe

Pepe é um central imponente mas... discriminado
Quando se fala em Pepe, o que vem à memória são as atitudes violentas e espalhafatosas do central luso-brasileiro. Pontapés, pisadelas, provocações ou simulações são atos que associamos ao jogador, mesmo que com o passar dos anos se tenham tornado cada vez menos frequentes.

Muitas das vezes, é esquecido o enorme central de que se trata. Tem tudo, exceto razões para invejar a qualidade de qualquer colega de profissão que atue na mesma posição. É forte na marcação, imperial no jogo aéreo, rápido, ágil e com enorme capacidade para se manter concentrado durante 90 ou 120 minutos. E por incrível que pareça, cada vez comete menos faltas, utilizando a experiência e capacidade de desarme para evitar as infrações.


Também é um dos chamados centrais modernos, daqueles com boa saída de bola, que não tremem quando a têm no pé, e são capazes de a conduzir até à entrada do meio-campo contrário e entrega-la com qualidade. Viu-se isso no Portugal-Croácia, por exemplo. Mas já se via nos tempos em que alinhava pelo FC Porto e tinha Jesualdo Ferreira como treinador. Também por aí faz a diferença, não ficando atrás dos aclamados Piqué, Hummels ou Sergio Ramos.

Curiosamente, Sergio Ramos, que é o seu companheiro de eixo defensivo no Real Madrid, é tido como um dos melhores centrais do planeta, senão mesmo o melhor. Por cinco vezes, esteve no onze do ano da UEFA. Por seis, no da FIFPro. E o espanhol, que não é vítima do mesmo preconceito do internacional português, é somente o futebolista com mais expulsões da história dos merengues. Isso é objetivo. No que toca a subjetividades, considero-o menos fiável e atento do que Pepe.

Mas a descriminação de que o internacional português é alvo consegue conhecer contornos ainda mais ridículos. Em 2014, o ano da décima Liga dos Campeões do Real Madrid e dos 7-1 da Alemanha ao Brasil, o antigo defesa do Marítimo e FC Porto é preterido do onze do ano da FIFPro justamente pelos brasileiros David Luiz e Thiago Silva, que tantos buracos abriram.

Mais: Pepe nunca venceu um prémio individual. Tem sido sempre preterido. Não pelo que tem feito sobretudo de 2012 em diante, mas pelo que fez até aí. As tais agressões, simulações e pisadelas que, mesmo que deixem de existir, nunca o vão largar, fazendo dele um jogador eternamente subvalorizado.







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