quinta-feira, 31 de julho de 2014

Acabaram-se as desculpas, Mou


Se José Mourinho passou a temporada passada com um discurso que apontava para que o Chelsea não fosse candidato a qualquer título, este ano o caso muda de figura.

O técnico português já formalizou a candidatura à sua terceira Premier League e conta com uma série de reforços que lhe aumentam a qualidade do plantel, mas também a exigência.

Quis um homem-golo, chegou Diego Costa e ainda um dos seus meninos bonitos, Didier Drogba, que para além da função de fazer balançar as redes, será, juntamente com Petr Cech e John Terry, um dos donos das chaves do balneário.

A vinda do costa-marfinense, nesse sentido, pode será fulcral, até porque Frank Lampard e Ashley Cole abandonaram o clube e com o aval do treinador. Os dois atletas, históricos nos blues, estão em final de carreira e foram substituídos pelo sangue novo de Cesc Fàbregas e Filipe Luis nas respetivas posições.

José Mourinho quis e David Luiz, com quem tinha mostrado algumas incompatibilidades no final da época passada, rumou a outras paragens, fazendo os londrinos encaixar €50 milhões. A verba, para já, ainda não foi utilizada na compra de um outro central, ou até de um médio-defensivo, posição que o brasileiro ocupou em grande parte do tempo. Para o eixo defensivo deverá mesmo chegar uma nova opção, até porque só há cinco opções credíveis na defesa: Azpilicueta, Terry, Ivanovic, Cahill e Filipe Luis. Depois, restam vários internacionais sub-21 mas pouco rodados ao mais alto nível, como Zouma (França), Nathan Aké (Holanda), Andreas Christensen (Dinamarca) e Todd Kane (Inglaterra).

Para o ataque abundam soluções, tal como na baliza. Pela primeira vez em catorze anos de carreira, o special one poderá escolher entre dois guarda-redes de topo: Petr Cech e Thibaut Courtois.

Com um plantel à imagem do que sempre sonhou, aumenta a pressão para José Mourinho. Passou dois anos em branco, está com uma imagem desgastada pelas constantes farpas que lança em várias direções e tem o mais invejável dos currículos: duas Ligas dos Campeões, às quais se juntam duas ligas em quatro anos e meio em Inglaterra. É verdade que Arsène Wenger conseguiu três, mas está no Arsenal há quase duas décadas.

Seria necessária uma enorme dose de criatividade para o setubalense justificar, em maio de 2015, nova travessia no deserto. Acabaram-se as desculpas, Mou.


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