quarta-feira, 10 de abril de 2013

O protótipo de extremo moderno

uefa.com
No futebol, sempre que se fala em extremos associamos essa posição a um jogador rápido e desequilibrador, geralmente responsável por cruzamentos para a área contrária, mas atualmente, já não é bem assim.


Quando pensamos no típico extremo, pensamos por exemplo em Salvio ou Diego Capel, isto falando apenas do campeonato português. São futebolistas rápidos que jogam encostados à linha, com capacidade de drible, os típicos flanqueadores, que maioritariamente, jogam na faixa correspondente ao seu melhor pé. Ou seja, destros na direita e canhotos na esquerda. É frequente vê-los ir até perto da linha de fundo em velocidade e cruzar para os colegas presentes na área.

Existem também os que jogam habitualmente no lado oposto ao seu melhor pé. Mantêm as características de um típico extremo, mas que jogando na faixa contrária, cruzam com a bola a fazer uma curva a aproximar-se da baliza, e sobretudo, apostar no remate. O exemplo mais sonante no futebol atual é o de Cristiano Ronaldo, geralmente titular nas alas esquerdas do Real Madrid e da seleção portuguesa, embora se trate de um destro. Hulk é outro nome que exemplifique bem o que refiro.

Mas atualmente há um outro tipo de extremos, os extremos modernos, que têm as características de um “10”, com capacidade de organização e último passe, mas que fazem uso desses dotes a partir de um flanco. Globalmente, têm uma passada mais lenta que os flanqueadores genéricos, mas são muito rápidos a decidir e a executar. Iniesta, James Rodríguez, Isco, David Silva e Marco Reus são alguns dos melhores modelos para ilustrar esta narrativa.

O que trazem de bom para as suas equipas? Normalmente este tipo de jogador está presente numa formação que tem um modelo de jogo que privilegie a posse de bola. E para além de ser um reforço para que haja um fio condutor atacante de acordo com as ideias do treinador, traz organização a uma maior largura, e entrega os corredores na maior parte do tempo aos laterais, funcionando eles praticamente como extremos.

No entanto, pelo que tenho observado, este tipo de jogador não traz só coisas boas. Mesmo em grandes equipas, por vezes estes flanqueadores modernos pisam de forma descoordenada as mesmas zonas que o verdadeiro “10” das suas formações. No FC Porto, na época transacta, ainda sem as melhores rotinas, James Rodríguez e Lucho Gonzalez apareciam exatamente nos mesmos sítios, ao mesmo tempo, e pouco acrescentavam ao trabalho um do outro. Esta temporada, já vi isso acontecer com outra equipa, o Borussia Dortmund. Marco Reus, como extremo-direito, tinha uma tendência natural para aparecer demasiado próximo de Mario Götze, dando a ideia de uma descoordenação bastante prejudicial face ao potencial dos dois futebolistas.

Estes extremos modernos são a prova viva de que há muito mais que o sistema tático. Há imensas formas de dar vida a um 4x3x3 ou a um 4x4x2, só para citar estes dois esquemas.

Com isto, conclui-se que há um novo tipo de extremo, um “10” a partir de um flanco. Se bem coordenado com o principal organizador da equipa, pode dar organização com uma maior amplitude, e reforçar a capacidade de posse de bola de uma formação. No entanto, já que povoa com muita frequência terrenos interiores, pede-se que haja laterais que deem bastante profundidade aos flancos, para que estes também sejam utilizados.




4 comentários:

  1. Bem estruturado e bem argumentado , so queria aproveitar um outro exemplo desses novos extremos (modernos) com pitadas de 10 que existe no campeonato Português e mais especificamente no meu Benfica...Nico Gaitan , penso que seja o melhor exemplo do futebol Portugues a par da james se bem que no meu ponto de vista james é mais 10, o ola jonh também penso que enquandra neste perfil , gosto muito de fazer a diferença deste aspecto usando o Salvio que é uma flecha e o Gaitan que tem um campo de visão mais amplo daí a ter tarefas mais interiores

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    1. Embora o Gaitán não seja um mau exemplo, é bem mais flanqueador e tem mais característica de extremo puro que o James. Ainda assim, é um jogador que não se afasta da definição.

      Creio que um bom exemplo de extremo moderno no futebol português está no Paços de Ferreira. Com Vítor como titularissimo a "10", Josué tem sido utilizado nos flancos, embora seja um organizador de jogo por natureza.

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  3. Boas , concerteza que da próxima vez posso aprofundar mais nas minhas opiniões se é a mim que se está a referir

    Cumprimentos .

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