domingo, 4 de novembro de 2012

MLW na Moita (03.11.2012) - Análise e Reportagem


No passado sábado, 3 de Novembro, desloquei-me à Moita para assistir um espetáculo da MLW (Maximo Luftman Wrestling) em tal localidade, o primeiro que assisti da promotora em questão.


O evento realizou-se numa tenda de circo, tal como os últimos da WSW, com quem tinham uma parceria, entretanto rompida.

Cerca de 90 pessoas estiveram presentes, num recinto com várias cadeiras a rodearem ¾ do ringue, e uma bancada em zona frontal à entrada dos lutadores. Dos eventos a que me lembro ter assistido da WSW no ano transacto, havia bancadas em mais dois dos lados do “squared circle”, no entanto, esta nova disposição servia convenientemente as necessidades do público.

O próprio Maximo Luftman encarnou o papel de mestre-de-cerimónias, dando as boas vindas e apresentando o árbitro do “show”, David Freitas, conhecido em outras paradas como Draven.

Sem ter sido explicada a finalidade, foi então apresentada uma Battle Royal entre oito lutadores.


1) Pegasus venceu James Bruiser, Gino Glamour, Tommy J. Ballard, Darrick Potter, Leo Cristiani, Mambo Jambo e Darthus numa Battle-Royal

- Os três primeiros lutadores a entrarem foram Pegasus, James Bruiser e Gino Glamour, que se apresentaram como a PWO (Pegasus World Order);

- Pegasus manteve o estilo que o tem caracterizado quer no Wrestling Portugal quer na WSW, um “heel” que consegue fazer “promos” muito boas e criar boas reações no público, e na Moita não foi exceção;

- James Bruiser (aka Pappa G) é um britânico brigão, que não falava em português;

- Gino Glamour (aka Ultra Psycho) é uma personagem luso-francesa cheia de estilo e algo “abichanada”, no entanto, tem de ser muito melhor trabalhada, pois a ideia é boa, mas nem há nem uma palavra em francês, não há uma única “taunt” referente à “gimmick”, nada;

- Tommy J. Ballard (aka Seth), basicamente, é um “cowboy”, vestido a rigor e que até faz a entrada com a sua espingarda, um “brawler” em ringue, mas precisa de aperfeiçoar a personagem, de a encarnar por completo, não apenas na entrada;

- Darrick Potter (aka Zé da Moita) não mostrou características muito próprias, desde o primeiro minuto que percebi que seria o “jobber” de serviço;

- Leo Cristiani, pelo que percebi após alguma pesquisa, apresenta-se como o primeiro lutador espanhol a lutar nos EUA e foi treinado por Dory Funk Jr. Foi proclamado como a grande vedeta do espetáculo, pareceu ser entretido, tem um visual a fazer lembrar Christian e Chris Jericho por volta da viragem do milénio.

- Mambo Jambo (aka Pexe) é um selvagem, um psicopata, vindo de Cabo Verde. Uma “gimmick” interessante, adaptada à realidade portuguesa, que certamente terá ido beber aos lutadores samoanos que têm passado pela WWE e também a Abyss.

- Darthus (aka José Afonso Pereira) tem a personagem mais sinistra da promotora, com bastantes semelhanças com Undertaker, sobretudo no que diz respeito à entrada, à forma como aparece e desaparece, embora este tenha pinturas faciais e não seja propriamente enorme, mesmo proporcionalmente aos outros wrestlers.

- A Battle-Royal durou cinco minutos, como é norma, não é propriamente um combate interessante, mas por alguma razão, continua a ser usada (e abusada) pelas promoções nacionais.
No final, restavam a PWO e Leo Cristiani. O espanhol ainda arrumou com Gino Glamour e James Bruiser, mas acabou por ser eliminado por Pegasus, que venceu a contenda, após um golpe baixo e ter atirado o seu último adversário pela corda superior.
No final, a PWO festejou.


2) Tommy J. Ballard venceu Darrick Potter

- Provavelmente o combate menos conseguido do “show”, que não entusiasmou ninguém, os lutadores também não fizeram por isso, e que terminou de forma esquisita, com um “cocky pin”, em cerca de sete minutos;

- Alguma “verdura” foi exposta, ao ponto que até chegaram a fazer um “Headlock” virados para o lado em que não havia fãs;

- No final, num segmento também ele esquisito, Gino Glamour e James Bruiser vêm atacar Darrick Potter, juntando-se a eles o próprio Tommy J. Ballard e a sua espingarda. Finalmente, Darthus apareceu do nada e veio fazer o “save”.


Leo Cristiani veio ao ringue e desafiou Pegasus para um combate sem limites. O “Carisma Instantâneo” aceitou, mas ao contrário do que Leo e os fãs queriam, o embate só se daria no “main-event”.


3) Seth venceu Mambo Jambo

- Depois do segmento anterior, algo quente, estes dois conseguiram puxar pelos fãs e conseguir um espetáculo agradável, em que o “lutador mais querido dos meninos” levou a melhor sobre o cabo-verdiano, em cerca de dez minutos, com um “Swanton Bomb”.


Intervalo.

Após o interregno, houve tempo para uma boa atuação dos Masters Of Hip-Hop Academy, um grupo de dança da Quinta do Conde, que deliciou os presentes.


4)   Dianna Dark venceu Aphrodite

- Quem conhece Dianna Dark já sabe que a interação com o público é uma garantia, mesmo que isso seja excessivo;

- Aphrodite foi apresentada com uma diva vinda do País de Gales, que pareceu ainda estar algo verde, nomeadamente na execução dos golpes, pela expressividade que tem de dar a momentos como o “comeback” e pelas expressões faciais, que pareciam ser sempre as mesmas;

- Dianna Dark venceu em cerca de doze minutos, através de um “Roll Up” em que puxou os calções da adversária;


5)      Darthus e Seth venceram Gino Glamour e James Bruiser

- Entrada de Gino Glamour e James Bruiser separada, embora sejam uma “stable”;

- Entrada de Darthus com direito a druidas, e a um caixão do qual saiu, sempre numa postura muito vertical, em direção ao ringue;

- Combate entretido, que teve direito a pancadaria junto das bancadas, com algumas trocas bem acesas entre James Bruiser e Darthus, os “Big Men” do embate. O final poderia ter sido bem melhor trabalhado, pois não houve muito “hype” para a espécie de “Rock Bottom” com que Darthus deitou Gino Glamour por terra, em cerca de treze minutos.


6) Leo Cristiani venceu Pegasus (combate sem limites)

- Melhor combate da noite, que já começou após a 0:00;

- A entrada de Leo Cristiani fez-se através de um carro, em que este estava na caixa aberta com a bandeira dos EUA, fazendo jus ao estatuto de vedeta do “show” que lhe foi atribuído;

- Antes da contenda Pegasus fez mais uma “promo”, até admira como se esqueceu de que a Moita é só uma das localidades de Portugal mais aficionadas por touradas, enfim, talvez tenha guardado alguns trunfos para o segundo dia;

- Sendo um combate sem limites, que é como quem diz, sem desqualificações, os lutadores andaram um pouco por toda a arena, aqueceram o público, completamente do lado de Leo Cristiani, e o resultado foi muito entretido. No final, o espanhol subiu de uma forma muito emocional à corda superior e aplicou um “Frog Splash” para vencer, depois de quinze minutos de luta, fazendo os fãs irem felizes para casa;


Aspetos positivos:

- Diversidade das personagens, em relação uns aos outros, e em relação ao que se tem vê nas outras promotoras nacionais, é sem dúvida um bom apontamento, que permite a que, se forem bem trabalhadas, poderão todas criar empatia e ficar na memória dos fãs;

- Conseguir ter cerca de 90 pessoas num espetáculo que praticamente só foi divulgado a nível local, sem recurso a Internet, e num dia de chuva em que até o Benfica jogou, em Portugal, a meu ver, é obra;

- Evento sólido a partir da “promo” em que Leo Cristiani desafiou Pegasus para um combate sem limites. Deu para ter variedade em termos de produto apresentado, houve a Battle-Royal, combates individuais, tag team, divas e No DQ;

- Forma como alguns protagonistas conseguiram agarrar os tímidos fãs e fazer com entrassem e colaborassem no espetáculo.


Aspetos negativos:

- Battle-Royal só porque sim;

- Tommy J. Ballard vs. Darrick Potter não aqueceu nem arrefeceu o público, interferência da PWO pareceu ter pouco sentido, e posteriormente foi metido na história, de forma completamente desenquadrada, Seth;

- Várias personagens precisam de se aperfeiçoar, e aqui menciono sobretudo Gino Glamour, que precisa de vestir mais a camisola, talvez com mais “taunts”, um palavreado afrancesado e uma ligeira alteração no seu estilo de ringue;

- Demasiado diálogo em inglês para um público-alvo muito jovem.



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