Liga dos Campeões | Real Madrid 3-2 Manchester City

Esta noite, no Estádio Santiago Bernabéu, o Real Madrid venceu o Manchester City por 3-2, num jogo a contar para a 1ª jornada do Grupo D da Liga dos Campeões. Marcelo, Benzema e Cristiano Ronaldo marcaram para os “merengues”, e Dzeko e Kolarov para os “citizens”.

Eis a constituição das equipas:

Real Madrid

Os “merengues” tentarão vingar na Liga dos Campeões o mau arranque no campeonato espanhol, sobretudo após a derrota de último sábado em Sevilha (0-1).

Recorde-se que o Real Madrid já levantou pelo número record nove vezes este troféu: 1955/56, 1956/57, 1957/58, 1958/59, 1959/60, 1965/66, 1997/98, 1999/00 e 2001/02.

Manchester City

Os “citizens” já conquistaram a Community Shield esta temporada, ao bater o Chelsea (3-2), e para já, no campeonato, somam duas vitórias (3-2, Southampton e 3-1, QPR) e dois empates (2-2, Liverpool e 1-1, Stoke City) nas quatro jornadas já disputadas.

8’ Higuaín desmarcou Cristiano Ronaldo pela esquerda, que tirou Kompany do caminho e rematou para defesa para Hart.

12’ O extremo português voltou a estar em evidência, recebendo um grande passe de Di María, ganhando espaço a Maicon e atirando um cabeceamento de Higuaín para nova defesa do guardião dos “citizens”.

O Real Madrid entrou muito pressionante, com um meio-campo povoado por três homens, com o estreante Essien a desdobrar-se, ora aparecia ao lado de Xabi Alonso (fazendo parecer que a equipa actuava em 4x2x3x1), ora alinhado com Khedira (dando a ideia de que eram dois médios interiores num 4x3x3).

20’ Di María colocou a bola em Higuaín, nas costas dos centrais do City, mas Hart negou-lhe o golo, e na sequência da jogada, Maicon e posteriormente Khedira desviaram um remate de CR7 para cima do alvo.

36’ Kolarov rendeu o lesionado Kolarov.

A partir da meia hora, sensivelmente, o Manchester City teve mais bola e apareceu com maior frequência no meio-campo adversário, efectuando algumas sequências de passes, ainda assim, ía faltando alguma objectividade nas proximidades da zona de finalização.

40’ Di María cruzou da direita para a zona do segundo poste, onde estava Higuaín que a tentou desviar o esférico para a baliza, no entanto, saiu por cima.

42’ O antigo extremo do Benfica recebeu um passe de Khedira, flectiu da direita para uma zona interior e chutou de pé esquerdo, com perigo, mas ao lado.

Intervalo.

47’ Remate de Di María foi desviado por Barry e saiu para fora.

60’ Marcelo, do meio da rua, atirou muito forte, mas ao lado.

62’ Roberto Mancini trocou David Silva por Dzeko.

Tévez passou para a ala-direita.

65’ Özil entrou para o lugar de Essien, invertendo assim o triângulo do meio-campo.

66’ Marcelo, mais uma vez de longe, voltou a rematar muito forte, por cima do alvo.

68’ Yaya Touré conduziu uma transição rápida e serviu Dzeko, que com muita classe, deu vantagem aos campeões ingleses.

72’ Kolarov obrigou Casillas a aplicar-se.

73’ Benzema e Modric entraram para os lugares de Higuaín e Khedira.

Maicon foi substituído por Zabaleta.

75’ Em mais um ataque rápido, Yaya Touré apareceu em boa posição e acertou nas malhas laterais.

76’ Marcelo voltou a aparecer perto da área adversária, puxou a bola para o pé direito (o menos bom) tirando Kompany do caminho e rematou colocado, com um desvio de Javi García pelo meio, para o fundo das redes.

85’ Kolarov bateu um livre lateral chegado à baliza, a bola acabou por não sofrer desvio de nenhum jogador, mas bateu no relvado, traindo Casillas.

87’ Benzema recebeu um passe de Di María, rodou sobre Nastasic e atirou para o fundo das redes, repondo a igualdade.

88’ Benzema serviu Ronaldo, que testou os reflexos de Hart.

90’ Cristiano Ronaldo passou sobre Zabaleta e rematou com um efeito esquisito para o 3-2.

Jogo louco na segunda parte, que contra as perspectivas que haveriam aos 86’, aos 90’ já tinham o Real em vantagem.

Sem mais ocorrências dignas de registo até final, os “merengues” confirmaram uma vitória sofrida, num grande jogo, um hino ao futebol, entre duas das melhores equipas do Mundo.

Os comandados por José Mourinho comandaram durante toda a primeira parte, criando as únicas situações de golo que aí existiram, com Casillas a ser um mero espectador, no entanto, a estratégia defensiva do City, com um meio-campo e até a área muito povoada, iam complicando a vida aos madridistas.

No segundo tempo, Roberto Mancini fez subir o bloco da sua equipa, que foi mais pressionante e “esticou-se” em campo, fazendo do jogo mais aberto, e acabou por beneficiar disso com um golo de Dzeko aos 68’.

No entanto, a recta final foi louca: Marcelo empatou o jogo a quinze minutos do fim, Kolarov ainda voltou a dar vantagem pouco depois, mas ainda houve tempo para Benzema, e posteriormente Cristiano Ronaldo, assinalarem a reviravolta do Real.

Analisando os atletas em campo, começando pelos do Real Madrid…

Casillas foi um mero espectador na primeira parte, no entanto, na segunda sofreu dois golos, ainda que não tenha tido grande culpa em ambos;

Arbeloa não teve grandes problemas na missão defensiva, mas já se sabe que atacar é limitado; Varane fez um bom jogo em termos gerais, mas no lance do 0-1 pareceu ler mal o lance, não tapando a linha de passe de Yaya Touré para Dzeko; Pepe foi irrepreensível; e Marcelo foi melhorando de produção de forma gradual, foi muito ofensivo e acabou por marcar;

Xabi Alonso esteve sempre bem posicionado; Essien estreou-se com a camisola “blanca” e variou entre actuar no duplo “pivot” defensivo, ou aparecer como médio interior, basicamente, foi uma linha intermédia entre os outros dois homens do meio-campo; e Khedira jogou uns passos mais à frente do que é habitual, mas deu pouca criatividade ao seu sector;

Di María foi muito interventivo e uma das melhores unidades em campo, com os seus habituais movimentos interiores, foi muito preciso nos passes e cruzamentos, apesar de actuar numa faixa, foi o principal organizador de jogo da equipa e ainda fez a assistência para o segundo golo; Cristiano Ronaldo esteve em foco no primeiro quarto de hora, atravessou uma fase apagada e reapareceu no final para dar a vitória aos “merengues”; e Higuaín falhou as oportunidades que teve para marcar;

Özil trouxe mais dinâmica e criatividade ao meio-campo; Modric foi certeiro nos passes, mas revelou alguma falta de confiança ao não arriscar o remate quando tal lhe era exigido; e Benzema entrou cheio de “ganas”, e revelou-se decisivo, marcando o 2-2 após boa rotação;

Quanto aos jogadores do Manchester City…

Hart fez excelentes intervenções mas acabou por ser mal batido no 3-2;

Maicon sentiu algumas dificuldades para travar Cristiano Ronaldo no primeiro quarto de hora, mas passado esse período, acabou por neutralizá-lo; Kompany foi maioritariamente uma parede no eixo da defesa, mas ainda assim, viu Marcelo ganhar-lhe espaço no 1-1; Nastasic foi batido pela rotação de Benzema no 2-2; e Clichy não foi ofensivo, e teve um inspirado Di María pela frente;

Javi García foi o homem mais posicional no meio-campo, desviando ainda o remate de Marcelo, que valeu o 1-1; Barry foi quem do duplo “pivot” defensivo que se soltou mais; e Yaya Touré foi provavelmente a melhor unidade da sua equipa, beneficiando da sua grande capacidade física para se impor na partida, tendo construído praticamente sozinho o lance que originou o 0-1;

Nasri, pouco afortunado, saiu lesionado (possivelmente na coxa) ainda na primeira parte; David Silva começou no flanco esquerdo, acabou por se mudar para a direita, teve poucas vezes a bola na sua posse, mas quando a teve, foi num dos períodos em que os “citizens” conseguiram aparecer com mais frequência no terreno adversário; e Tévez, como ponta-de-lança, foi móvel, fugiu muitas vezes do eixo do ataque, depois, com a entrada de Dzeko, colocou-se na faixa direita, sem estar em grande evidência;

Kolarov posicionou-se na ala-esquerda, não causou grandes desequilíbrios, fruto dessa não ser a sua posição, e marcou de livre directo; Dzeko abriu o marcador com grande classe pouco depois de ter entrado; e Zabaleta foi driblado por Ronaldo no lance do 3-2;